Data: 01/12/2022 - Tempo de Leitura: 5 min.
A Política de privacidade do Google muda e fica semelhante ao da Apple, que fez o valor de mercado do Facebook desabar em $230 bilhões de dólares. Entenda melhor os impactos dessa mudança para as estratégias de marketing no ambiente digital!
Nesta quarta, 16/02, O Google anunciou que está adotando novas políticas de restrições, as quais irão dificultar o rastreamento dos dados dos usuários nos dispositivos que utilizam o Android, esta medida é parecida com a da Apple, feita ano passado, que derrubou várias técnicas de publicidade.
Atualmente, o Google utiliza um cookie de rastreamento em páginas de terceiros, sendo assim ele faz um perfil dos usuários, desde seus gostos culinários, até preferências musicais. E utiliza um token específico para cada perfil.
Com as mudanças, ao invés de deixar os sites rastrearem, o próprio Google fará isso, colocará o usuário em um grupo com gostos parecidos e disponibilizará as informações a terceiros. Isso poderá afetar grandes empresas que utilizam o rastreamento dos usuários, como a Meta.
Em novembro do ano passado, o prejuízo do Snapchat, Twitter, Youtube e Facebook chegou próximo dos $9,9 bilhões de dólares. Já em 2022, a Meta disse que os ajustes feitos pela Apple diminuirá em mais de $10 bilhões de dólares as vendas das empresas de mídias sociais, somente este ano. Isto contribuiu para uma perda de $232 bilhões de dólares de valor de mercado em um único dia. Junho passado, a empresa valia mais de $1 trilhão de dólares e agora está abaixo de $600 bilhões de dólares. Vale lembrar que aqui no Brasil 70% dos aparelhos utilizam o sistema operacional Android.
Mas enquanto a Meta lutou contra as mudanças da Apple, apoiou a forma como o Google planeja implementar os novos ajustes de privacidade.
“É encorajador ver essa abordagem colaborativa de longo prazo para a publicidade personalizada que protege a privacidade do Google” disse o vice-presidente de marketing de produtos, anúncios e negócios do Facebook em seu Twitter. “Esperamos continuar trabalhando com eles e com a indústria em tecnologias de aprimoramento de privacidade, através dos grupos do setor”.
O Google disse que irá continuar o suporte aos identificadores atuais pelos próximos dois anos, o que significa que outras companhias terão tempo de implementar as mudanças.
A Apple foi criticada pela Meta e outras empresas ao lançar seu recurso de transparência, o qual reduz as possibilidades de segmentação do público e assim acaba por limitar os anunciantes a acessarem o identificador do iPhone. Esta mudança trouxe uma janela, conhecida como pop-up, que permite ao usuário bloquear o rastreador dos aplicativos para os dados não serem usados em publicidade.
A abordagem da Apple foi criticada pelo Google, em um post no blog deles, sem citar o nome da companhia.
“Nós percebemos que outras plataformas usaram uma abordagem diferente em relação à privacidade dos anúncios, restringindo as tecnologias existentes usadas por desenvolvedores e anunciantes”, escreveu no post em um blog, o vice-presidente de produtos, segurança e privacidade do Google Android, Anthony Chavez. “Nós acreditamos que – sem oferecer um caminho alternativo de preservação da privacidade - essas abordagens podem ser ineficientes e conduzirem a resultados piores para a privacidade do usuário e para os desenvolvedores.”
Essas práticas de privacidade servem para ajudar a gigante de tecnologia a se adiantar em relação às questões regulatórias, conforme os legisladores e consumidores se tornam mais cientes e preocupados em relação aos seus dados pessoais. A companhia disse que trabalhará em conjunto com os reguladores.